Mosaico
O céu é Finito
As nuvens são tracejadas,
rachaduras sem melodia
A paisagem: o altar dos pensares.
As estrelas
Criam os mosaicos
Lagartos
escapam dos papeis
E o Divino:
O clarão amortece
anunciando o saciamento
da morte
que reapropria-se dos derivados
As lascas das arvores
anunciam tom
O branco é corrupto
fundi o ser ao mutualismo: os lagartos voltam aos traços do grafite.
II-
As cores da gaveta
o fundo empoeirado
instiga-me a qualquer
ato tornaria-me um idiota, ou antiquado
a posição sob a luz trouxe tal efeito...
Mas o gesto ao inóspito
à grandeza do esmiuçado
o tatear da areia com a pele
comprimiam com o ar, alucinações da realidade.
poderia Ser o I DI OT A.
Ao menos Sinto-me
enquanto estou
sendo-o.
Sobre a poeira
dos natais passados e futuros.
Já que ninguém limparia a gaveta.
o som era o da concha.
que transportava o mar
à consciência.
Sentou-se com a cara contra a parede.
- o que há pra dizer?
o que nego ao ser dito?
Se digo, se sinto, se sou.
o que há para dizer?
com os olhos cerrados,
sempre há imagens, cores, ideias.
E um imenso ecoo do vazio.
As nuvens são tracejadas,
rachaduras sem melodia
A paisagem: o altar dos pensares.
As estrelas
Criam os mosaicos
Lagartos
escapam dos papeis
E o Divino:
O clarão amortece
anunciando o saciamento
da morte
que reapropria-se dos derivados
As lascas das arvores
anunciam tom
O branco é corrupto
fundi o ser ao mutualismo: os lagartos voltam aos traços do grafite.
II-
As cores da gaveta
o fundo empoeirado
instiga-me a qualquer
ato tornaria-me um idiota, ou antiquado
a posição sob a luz trouxe tal efeito...
Mas o gesto ao inóspito
à grandeza do esmiuçado
o tatear da areia com a pele
comprimiam com o ar, alucinações da realidade.
poderia Ser o I DI OT A.
Ao menos Sinto-me
enquanto estou
sendo-o.
Sobre a poeira
dos natais passados e futuros.
Já que ninguém limparia a gaveta.
o som era o da concha.
que transportava o mar
à consciência.
Sentou-se com a cara contra a parede.
- o que há pra dizer?
o que nego ao ser dito?
Se digo, se sinto, se sou.
o que há para dizer?
com os olhos cerrados,
sempre há imagens, cores, ideias.
E um imenso ecoo do vazio.
"Gosto do ceu porque não creio que elle seja infinito.
ResponderExcluirQue pode ter comigo o que não começa nem acaba
Não creio no infinito , não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba .
E agora e antes d' isso ha absolutamente nada .
Creio que o tempo tem um princípio e tem um fim.
E que antes e depois d'isso não havia tempo .
Porque ha de ser isto falso ? Falso é fallar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender .
Não : tudo é uma quantidade de cousas .
Tudo : é definido , tudo é limitado , tudo é cousas ."
*Poema inédito e sem título de Alberto Caeiro , transcrito por Jerónimo Pizarro