Dia sim, Dia não...

Meia Noite:


Neblina, frio e

Escuridão...

As plantas dão sabor ao cheiroso;

Não preciso

ver a dama-da-noite,

Para senti-la,

Silêncio.


Alvorada

Ante Merediem*:


Rompe a escuridão, somente com a presença.

Os pássaros impressionados com o retorno do sol,

Trazem o som de volta com toda sua integridade.

O sol realça

a cada instante

as cores.

Ar fresco; formas recém-nascidas, reinventadas.


Meio dia:


O ar

Esquenta,

Deliciosamente

O matiz dos sabores, das formas

Montam um espetáculo...

Os pássaros amenizam o êxtase

A luz mansamente se distancia;

As arvores solfejam com os ventos;

E espalham reluzentes.


Implorando a volta do sol

As cores o levam até se por.

Laranja, vermelho, rosa...


E o até logo, atrais da cortina dos morros.


Surge a lua provocadora,

Deita-se sobre o mar,

Antes de tomar o céu.

Apresentando a noite.

As dama-da-noite, exalam

Seu perfume.


Meia noite:


O cheiro de terra molhada;

O Vento bravo, e violento

Anuncia a tempestade.

esperando as primeiras gotas

identifico cada elemento.

Compreendo, quase nenhum.


Até adormecer:

Raios, elétrons, trovões, animais.


Dia seguinte acordo com os pássaros, um lápis e papel.

O céu nublado, incrivelmente belo.

Chão molhado, e o restinho do som da água encontrando o telhado.


Tão difícil separar um dia do outro.

A natureza simplesmente continua seu fluxo.



*Ante Merediem: expressão latina, antes do meio dia.

Comentários

  1. Poxa, quanta sensibilidade, texto incrível, muito bom mesmo.
    Parabéns

    abrç

    ResponderExcluir
  2. movimentos orbitais, e como muda a luz do dia, beleza de versos... sairão mais, esperamos

    ResponderExcluir
  3. Sua construção estimula e me da grande orgulho, sei não ser uma construção minha, mas é pessoal a mim, fica fácil entender tanta admiração a você

    ResponderExcluir
  4. Quantos versos completos. E ao mesmo tempo vazios.
    Gostei mesmo, do jogo de palavras e compreensão textual. Sensibilizada com o texto.
    Seguindo você aqui também, parabéns.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Apolítico I

Compactuava os rostos de um espirito